Refrão discute legislação trabalhista ao som de: Povo de Quixaba
Quem nunca pensou em largar tudo para viver uma vida mais simples e tranquila no campo ou à beira da praia - deixar de ser um trabalhador urbano, para se tornar um trabalhador rural? O assunto é o destaque do Refrão desta semana. Ao som de "Povo de Quixaba", da banda brasiliense Roda na Banguela, a jornalista Noemia Colonna conversa com os integrantes do grupo sobre cultura popular e legislação trabalhista.
Fundada em 2007, o grupo, composto por Carol Carneiro (voz e viola), Dharlan Fonseca (baixo), Edu Bento (voz e pandeiro), Hugo Medanha (sanfona) e André Costa (zabumba), traz em seu repertório sucessos consagrados do cancioneiro nacional e composições próprios que misturam forró, xote, maracatu, baião e coco - ritmos tradicionais do Nordeste -, além de letras que valorizam a cultura e os hábitos nordestinos. Povo de Quixaba, por exemplo, foi inspirada em uma vila de pescadores do litoral cearense. "É um paraíso natural, não dá vontade de ir embora. O povo vive da pesca. Eles trabalham muito, acordam cedo, às quatro da manhã. Às sete, já estão de volta do mar para comercializar os peixes", destaca o compositor da canção, Dharlan Fonseca.
O grupo também destaca a diferença entre esses pescadores e os trabalhadores dos centros urbanos. "Eles são mais ligados à natureza, já os empregados na cidade se ligam mais ao relógio", opina o sanfoneiro Hugo Medanha. Distinções que também são consideradas na legislação brasileira, como explica o advogado trabalhista Gilvandro Araújo. "Esse homem do campo tem algumas garantias: ele se aposenta 5 anos mais cedo do que o trabalhador urbano. A própria hora noturna é diferente para os dois: o trabalhador urbano tem os 60 minutos que caracterizam a hora de trabalho, enquanto a do empregado no campo é de 52 minutos e tem adicionais diferentes. Isso mostra que a Constituição Federal e as leis que regem o sistema tratam o trabalhador rural de um jeito diferente, diante de peculiaridades que ele tem, que coloca esse pé no chão, que acorda mais cedo, para garantir o exercício de sua função", explica.
Confira a letra da canção:
Povo de Quixaba
Carol Carneiro e Dharlan Fonseca
Tem que ter os pés descalços,
A pele morena e acordar bem cedo pra ir pescar
Tem que ter o braço forte
E contar com a sorte
Dos frutos que vem do fundo do mar
Mas também tem a beleza,
O sorriso e a pureza do povo de lá
É do povo de lá
Que trabalha todo dia, tem muita energia,
E vê na natureza um lugar pra morar
E pra viver e crescer nessa vida
É o melhor que há
A certeza no anoitecer que o dia vai raiar.
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