Refrão analisa a canção "Arrastão" de Edu Lobo e Vinicius de Moraes
Todo ano, a indústria pesqueira no Brasil é abastecida por mais de 800 mil toneladas de pescados. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e incluem a pesca artesanal - aquela feita por homens que encontram nas águas a própria sobrevivência. E essa relação íntima entre o pescador e o mar é o tema de Arrastão, a música que consagrou Elis Regina, logo no início da carreira. Composta por Edu Lobo e Vinícius de Moraes em 1965, a canção é o tema do Refrão desta semana. Em nosso programa, ela é interpretada e discutida pelos artistas Leonel Laterza e Rafael dos Anjos, de Brasília.
Além da relação do pescador com o mar, os artistas falam sobre a preservação das águas e a necessidade de proteger esse trabalhador. Nesse sentido, o diretor de Registro de Pesca do Ministério da Pesca e da Aquicultura, Sebastião Saldanha, explica que, para ser considerado profissional, o pescador precisa ter uma carteira específica, emitida pelas superintendências do Ministério da Pesca nos estados. Saldanha também aponta as vantagens que o pescador legalizado tem: "primeiro, é o próprio direito de exercer a atividade; segundo, os benefícios do governo, como seguro desemprego na época em que não se pode pescar, aposentadoria e os créditos oficiais".
A qualidade e a produção dos pescados em cativeiro também são abordadas no programa. Tanto Laterza quanto Rafael garantem: mesmo se o peixe reproduzido em criatório tiver menos nutrientes do que um animal selvagem, é preferível comprar o primeiro, já que a preservação ambiental está garantida, nesse caso. "A gente tem que dar mais ênfase à questão ecológica e pensar na sustentabilidade", argumenta Laterza. Rafael dos Anjos completa: "A gente tem que dar cada vez mais espaço para a consciência ecológica para haver equilíbrio".
Confira a letra da canção:
ARRASTÃO
(Edu Lobo e Vinicius de Moraes )
Ê, tem jangada no mar
Ê, iê, iêi,
Hoje tem arrastão
Ê, todo mundo pescar
Chega de sombra, João
J ouviu
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
Ê, meu irmão, me traz Yemanjá prá mim
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
Ê, meu irmão, me traz Yemanjá pra mim
Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar com Janaína
Ê, puxa bem devagar
Ê, iê, iêi, Já vem vindo o arrastão
Ê, é a Rainha do Mar
Vem, vem na rede João
Pra mim
Valha-me Deus Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu tanto peixe assim
Valha-me Deus Nosso Senhor do Bonfim
Nunca jamais se viu tanto peixe assim
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