domingo, 21 de novembro de 2010

Programa Refrão

Refrão entrevista grupo pernambucano Quinteto Violado

O Quinteto Violado é o convidado do Refrão desta semana. Formado há quase 40 anos, o grupo pernambucano tem mais de 40 discos lançados no Brasil e no exterior, com canções próprias e interpretações de cantores e compositores consagrados. Neste programa, os integrantes discutem o direito à terra e ao êxodo rural, ao interpretar Disparada, do compositor Geraldo Vandré. A canção foi venceu o Festival de Música Popular Brasileira, em 1966.

Num bate papo descontraído com Noemia Colonna, os integrantes do Quinteto comentam a migração do interior do país para as grandes capitais em busca de qualidade de vida. Eles também ressaltam as riquezas do campo e apontam formas para valorizar esse espaço.

O historiador Othon Leonardos e a Procuradora-Geral do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Gilda Diniz dos Santos, também participam do programa. Eles falam sobre alternativas para reduzir o êxodo rural, os conflitos no campo, e para preservar o meio ambiente. "Nós estamos devorando a terra. Um movimento interessante, e que talvez seja a solução, é a volta para o campo com investimentos em consumo sustentável", comenta o historiador. "A reforma agrária é o que traz muitos benefícios. Ela reduz os conflitos no campo e beneficia não só quem tem direito à terra, mas também toda a sociedade", avalia a Procuradora.


Confira a letra da música:

Disparada
Geraldo Vandré e Theo de Barros

Prepare o seu coração
prás coisas
que eu vou contar
eu venho lá do sertão
eu venho lá do sertão
eu venho lá do sertão
e posso não lhe agradar...
aprendi a dizer não
ver a morte sem chorar
e a morte, o destino, tudo
a morte e o destino, tudo
estava fora do lugar
eu vivo prá consertar...
na boiada já fui boi
mas um dia me montei
não por um motivo meu
ou de quem comigo houvesse
que qualquer querer tivesse
porém por necessidade
do dono de uma boiada
cujo vaqueiro morreu...
boiadeiro muito tempo
laço firme e braço forte
muito gado, muita gente
pela vida segurei
seguia como num sonho
e boiadeiro era um rei...
mas o mundo foi rodando
nas patas do meu cavalo
e nos sonhos
que fui sonhando
as visões se clareando
as visões se clareando
até que um dia acordei...
então não pude seguir
valente em lugar tenente
e dono de gado e gente
porque gado a gente marca
tange, ferra, engorda e mata
mas com gente é diferente...
se você não concordar
não posso me desculpar
não canto prá enganar
vou pegar minha viola
vou deixar você de lado
vou cantar noutro lugar
na boiada já fui boi
boiadeiro já fui rei
não por mim nem por ninguém
que junto comigo houvesse
que quisesse ou que pudesse
por qualquer coisa de seu
por qualquer coisa de seu
querer ir mais longe
do que eu...
mas o mundo foi rodando
nas patas do meu cavalo
e já que um dia montei
agora sou cavaleiro
laço firme e braço forte

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