Fórum debate sobre as cotas raciais nas universidades brasileiras
No Brasil, 77 universidades adotam o sistema de cotas raciais. Mais de 400 mil estudantes afro-descendentes são beneficiados pelo sistema. A reserva faz parte de um conjunto de medidas inseridas no Programa de Políticas de Ações Afirmativas do Governo Federal. Mas o regime enfrenta resistência: no Supremo Tribunal Federal tramitam várias ações que questionam as cotas. Antes de julgar o tema, a Corte decidiu realizar uma audiência pública para ouvir especialistas e a própria sociedade sobre o assunto. A advogada Roberta Fragoso Kaufman e Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, participaram da audiência no STF e são os entrevistados do Fórum desta semana.
No programa, Zulu Araújo lembra que a Organização das Nações Unidas estabeleceu o regime escravocrata como crime de lesa-humanidade e recomendou aos países que busquem medidas, mecanismos, políticas públicas de reparação. "Precisamos corrigir esse crime que foi cometido", defende Zulu.
Já Roberta Fragoso explica que não é contrária às políticas de ações afirmativas, mas como a política das cotas está sendo feita. "A UnB (Universidade de Brasília) implementa cotas só raciais, sem qualquer critério de renda. Pouco importa se o candidato é pobre ou não. Ou seja, o filho de um embaixador negro, por exemplo, vai ter acesso privilegiado à universidade em relação a um branco pobre que sempre estudou em escola pública", acrescenta a advogada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário