domingo, 17 de maio de 2009

Programa Refrão

Refrão apresenta clássico da música popular brasileira - Ai, que saudade da Amélia
Uma mulher submissa, que não reclama de nada, e que apoia o marido em qualquer situação. Esse é o perfil da Amélia, personagem criada por Mário Lago e Ataulfo Alves na música "Ai, que saudade da Amélia". Na canção, o homem reclama da mulher atual - egoísta, e exigente. "Você só pensa em luxo e riqueza", diz a letra da música. E tem saudade da companheira que perdeu, Amélia, um exemplo de resignação. "Amélia não tinha a menor vaidade, (...) achava bonito não ter o que comer". O programa "Refrão" debate a natureza da música neste domingo (17), às 20h, com reapresentações na terça-feria, às 18h, quarta, às 13h30, sábado, às 20h30, pela TV Justiça.

É sobre essa música e as mudanças no comportamento das mulheres modernas que o grupo brasiliense de samba "Toque de Salto", formado só por mulheres, conversa com o programa. "No meu trabalho, eu vejo mulheres trabalhando de todas as formas, em diferentes setores, e aí eu percebo que todas elas contestam o papel de Amélia.", diz Silvana Moura (voz e percussão), em relação ao fato das mulheres terem conquistado o mercado de trabalho e não ficarem mais na dependência do marido.

Outro destaque da conversa é o aumento no número de divórcios nos dias de hoje. Para a percussionista Mônica Borges, a mulher tem independência financeira, e isso contribui para que ela não seja mais submissa, com era a Amélia de Mário Lago. "A partir do momento que a mulher conquistou o seu espaço, sua independência, ela não se submete mais ao casamento ruim, como era antigamente. Agora ela pode se virar se acontecer a separação", afirma.

No final da conversa, as meninas do "Toque de Salto" chegam à conclusão de que Amélia era uma mulher apaixonada e que se submetia ao marido por amor. Para o antropólogo Flávio Testa, que também participa do programa, esse romantismo no universo feminino ainda está presente nos dias de hoje. "Basta a gente ver nos presídios femininos - a maioria das mulheres que estão encarceradas, foram cúmplices dos companheiros."



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