segunda-feira, 14 de maio de 2012

Justiça em Foco

Ayres Britto é o convidado da edição especial do Justiça em Foco


A edição especial do programa Justiça em Foco traz nesta semana uma entrevista inédita com o ministro Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal. Ayres Britto tomou posse no dia 19 de abril deste ano. Apesar da eleição para o biênio 2012-2014, o ministro deve deixar a Corte antes do término do mandato, quando atinge a idade limite para a aposentadoria compulsória em novembro de 2012. "A prioridade das prioridades para mim é a Constituição, aplicar a Constituição Federal e, retirar dela as prioridades que estão nela, portanto, retirar da Constituição as prioridades que nos servirão de políticas públicas judiciárias", afirma o presidente do STF.

Entre outros assuntos, Ayres Britto fala sobre o processo do mensalão. "Há características nesse processo que o torna incomum, pelo número de réus, pela gravidade das acusações, pelo número de testemunhas [600], pelo número de sustentações orais [39], trinta e oito do lado da defesa, uma do lado da acusação. Praticamente trezentos volumes e centenas de apensos, cinquenta mil páginas. Então, é um processo que demanda de nossa parte formatação, script, um cronograma também diferenciado, uma espécie de esforço concentrado. Agora, do ponto de vista da nossa subjetividade, nós somos jurisdicionantes. Perante os jurisdicionados é um processo como os outros. Nós deveremos julgá-lo com imparcialidade, objetividade e serenidade. Cumprindo, portanto, com o nosso dever de magistrados", ressalta o ministro.

O ministro também destaca a importância do aumento salarial do Judiciário. "Ele é o poder mais profissionalizado da República. O Poder Judiciário precisa ser bem remunerado, a carreira precisa ser atrativa, senão há uma temerária desprofissionalização do Poder Judiciário, e uma debandada de servidores e juízes esvaziando esse poder, que é a maior âncora de confiabilidade do país, porque é o poder que não governa, mas impede o desgoverno dos outros. É o poder que não manda, pela força militar, pela força física, mas é o que impede os desmandos eventuais também dos outros poderes. É o poder que controla os outros dois e por isso não pode se descontrolar", reforça.

O presidente do STF encerra o programa com a seguinte mensagem: "O Direito ganharia muito se os profissionais, notadamente os juízes, lessem mais poesia, gostassem mais de cinema, de música, cantassem mais, dançassem mais, fizessem meditação e mais silêncio. O silêncio é necessário para a percepção das coisas, como as coisas essencialmente são, por que as coisas falam por si lencio", concluiu o ministro.

Fonte TV Justiça: http://www.tvjustica.jus.br

Nenhum comentário:

Postagens populares