segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Programa Diversidades

A superação de pessoas que sofreram uma amputação

No programa Diversidades desta semana a história envolvente de um dos grandes nomes do esporte nacional: Lars Grael. O iatista traz no sangue o talento para velejar. A paixão pela vela começou ainda criança. A convivência com o avô, que ensinou os primeiros passos despertou o interesse e a curiosidade. A ascensão no esporte foi astronômica. Em pouco tempo vieram os títulos: medalha de bronze em duas olimpíadas, dez vezes campeão brasileiro, e, cinco no sul - americano.

Mas em 1998, o iatista teve a perna direita amputada depois de um grave acidente em Vitória, quando se preparava para mais uma competição. Foram vários anos de recuperação, fisioterapia e um processo de auto-aceitação que hoje, torna Lars uma referência de coragem e superação. "Depois do acidente, mudou a minha forma de pensar, de que viver vale à pena", avalia.

Mesmo com a perna amputada, Lars não desistiu de lutar. Em alguns anos ele voltou ao mar e aos títulos: foi medalha de ouro no sul - americano e vice-campeão mundial. Hoje dedica a vida ao esporte e faz palestras contando sua experiência e como conseguiu superar o trauma da amputação. "Temos que ver o lado bom que a vida tem a oferecer, para a gente perceber que a felicidade está nas grandes conquistas. Não é na medalha olímpica, não é na fortuna, nos bens materiais. A felicidade vem das coisas mais simples: conquistar amizades, ser útil para alguém, o sorriso de uma criança, a natureza que você pode tentar mudar, contemplar e conviver com ela (...) São coisas que eu passei a dar valor, e que me fazem hoje uma pessoa mais completa e feliz", conta.

Quem também conta sua história é a servidora pública do Detran/DF, Sandra Chaves. Por causa da imprudência de um motorista sem carteira, ela perdeu a perna esquerda em 2007, quando passeava com amigos na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Apesar de todo o processo de adaptação, ela conseguiu superar as dificuldades do dia a dia. "Existe vida após todo sofrimento, existe adaptação. A gente não é feito só de uma perna que perdeu. Eu tenho outros valores", conta Sandra.

Mãe de Caio, de sete anos, Sandra usa uma prótese e tenta ser o mais independente possível: trabalha, dirige, leva o filho na escola, faz natação, e admite que o acidente lhe abriu os olhos para algumas coisas. "Se teve um ponto positivo no meio disso tudo, foi eu ter me descoberto uma nova pessoa, uma nova mãe (...) Para o Caio eu perdi uma perna, mas o importante pra ele é que eu to viva. Cada pequeno passo é motivo de alegria, é motivo de orgulho. É um agradecimento de estar viva por ter passado por tudo isso", conta.

O programa Diversidades mostra como funciona o projeto do Ministério da Saúde, que prevê a distribuição de próteses para pessoas que perderam algum membro. No Distrito Federal, por exemplo, a Gerência de Órteses e Próteses leva até três meses para entregar uma dessas peças às pessoas amputadas. Segundo a procuradora regional da República, Eliana Torelly, a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado. "A prótese serve de instrumento de recomposição da dignidade, e de devolver funções, às vezes não laborativas, mas funções do dia a dia. Poder se locomover, poder segurar um copo de água, segurar objetos, enfim, as atividades rotineiras. É um direito da pessoa amputada, do portador de deficiência, receber esse serviço de Estado".

Publicação da TV Justiça: http://www.tvjustica.jus.br/index.php

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