domingo, 24 de outubro de 2010

Programa Refrão

A sambista brasiliense Cris Pereira é a convidada do Refrão

A sambista brasiliense Cris Pereira e o violonista Almícar Paré são os convidados do Refrão desta semana. Eles apresentam o samba-enredo de Vila Isabel, "Kizomba, a festa da raça", campeão do carnaval de 1988. A canção se torna um viés para a discussão da realidade do negro na sociedade, e o preconceito racial que, na visão dos músicos, ainda precisa ser muito combatido no Brasil. "Consciência negra é para todo mundo. É pensar a realidade deste país especialmente a partir de uma perspectiva da nossa história, como nossa história tratou e trata as pessoas negras. E o que a gente pode fazer pra mudar", opina Cris Pereira.

O dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é dedicado à refletir a inserção do negro na sociedade brasileira. A data coincide com o dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares que morreu em combate em 1695, defendendo a cultura e a liberdade do próprio povo. "A luta em torno do dia 20 de novembro foi tão importante porque, na verdade, é uma luta em torno do reconhecimento da presença do Zumbi dos Palmares na história do Brasil. Em pouco mais de 20 anos de movimento negro, o Governo, em 1995, quando comemoravámos 300 anos de sua morte, o incluiu no Panteão dos heróis brasileiros. Isso demonstra a importância dele para nossa história", conta Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares, que também participa desta edição do programa.


Confira a letra da música:

Kizomba, a festa da raça
Jonas / Rodolpho / Luiz Carlos da Vila

Valeu, Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terra, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi, valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e Maracatu
Vem, menininha
Pra dançar o Caxambu
Ô,ô,ô,ô
Nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô,ô
Ô,ô,ô,ô
Clementina, o pagode é o partido popular
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição
Que magia
Reza, ajeum e Orixá
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E o bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais
Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede e nossa sede
De que o apartheid se destrua


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