Refrão recebe o cantor Vander Lee
O programa Refrão desta semana recebe o cantor e compositor Vander Lee. Nascido em Minas Gerais, começou a carreira cantando em barzinhos de Belo Horizonte, em meados da década de 80. Em 87 começou a fazer shows com repertório próprio. Seu estilo passa pelo romântico, samba, baião, entre outros. No programa ele conversa com a jornalista Tatiana Cochlar sobre a música "Do Brasil", que fala da vida no sertão. "Eu sou um cidadão de dentro do país, não sou litorâneo. E para escrever essa música eu parti do ponto de que o grande Brasil está no interior mesmo, o sertanejo é o cara que produz e alimenta a alma e a forma de ser desse país", diz.
A canção faz parte do CD e DVD "Pensei que fosse o céu", trabalho que reúne grandes músicos e tem a participação de Zeca Baleiro. No bate papo, Vander Lee fala sobre a necessidade da Reforma Agrária. "Ou essa reforma acontece ou nós vamos ter que dividir espaço com outros países. É uma forma de olhar para dentro do Brasil", argumenta.
Vander Lee acredita também que é possível ter uma vida com qualidade no interior do país, mesmo se for no sertão do Brasil. Para ele, o que falta é educação direcionada, especializada aos jovens que vivem da agricultura. "A questão é: os meninos precisam estudar, e eles podem ter uma formação dentro das áreas que demandam emprego na região. Algo mais específico para a realidade deles. É preciso cuidar para que o ser humano seja abastecido da própria cultura", defende o cantor.
Conheça a letra da música:
DO BRASIL
Composição: Vander Lee
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...
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