domingo, 21 de março de 2010

Programa Refrão

Cantor fala sobre a realidade do trabalhador brasileiro


O Refrão desta semana recebe o cantor e compositor, Jorge Vercillo, que interpreta a música "São Jorges", resultado da parceria entre ele e o artista Jorge Aragão. A música está no álbum "Trem da Minha Vida", que foi indicado ao Grammy Latino, em novembro do ano passado. No programa, Vercillo explica que "São Jorges" surgiu da necessidade de retratar as batalhas e a dura realidade do trabalhador brasileiro. A canção é um desabafo entre dois amigos, que trocam experiências sobre as dificuldades do cotidiano e buscam apoio. Em um trecho da canção, por exemplo, um amigo confidencia ao outro, cheio de remorso e vergonha, que teve que roubar para garantir um remédio para o filho doente.

Em entrevista à jornalista Tatiana Cochlar, Vercillo discute a diferença entre o dinheiro necessário à sobrevivência e a riqueza fácil, exagerada: "É muito mais fácil ser honesto quando se tem dinheiro. Mas em compensação, quando você vive confortavelmente no Brasil, chega à conclusão de que dinheiro não traz felicidade. Traz tranqüilidade, conforto. Essa é a grande pegadinha da vida. A felicidade é uma centelha dos momentos que podem existir tanto dentro de um iate como de um casebre simples. A gente vê tantas situações de pessoas milionárias e infelizes", resgistra Jorge Vercillo.

O Refrão também fala sobre a violência que assola as grandes cidades, as ocupações de paz nos morros do Rio de Janeiro e a necessidade de políticas públicas contra o crime organizado e em favor da reabilitação social dos detentos. Quem aponta as ações do Estado nesse sentido, é o diretor do Sistema Penitenciário Federal, Wilson Damázio. No programa, ele esclarece, por exemplo, como a polícia federal age para controlar a venda ilegal de armas nas favelas cariocas.


Confira a letra da canção:

São Jorges
Composição: Jorge Vercillo / Jorge Aragão

Jorge, eu tô só lhe esperando
Jorge, eu vim pra lhe ver
Jorge, eu tô só lhe esperando
Jorge, cadê você?

Meu camarada, chega aí
Meu camarada, fala aí
Meu camarada, chega aí
Meu camarada

Meu filho ardia em febre
O preço do remédio nem
dava no salário
Bateu uma revolta
Roubei no meu casaco
Saí de lá correndo
Me deu uma vergonha
Nem olho no espelho

É fácil ser honesto quando
se tem dinheiro
Eu sei, não justifica
Caí no desespero

Mas nada vai nos separar
Daquilo pelo qual lutamos
nessa vida
Nada vai nos separar
Da paz que todos nós
sonhamos tanto tempo
Nada vai nos separar
Jorge, eu tô só lhe esperando
Jorge, eu vim pra lhe ver
Jorge, eu tô só lhe esperando
Jorge, cadê você?

Meu camarada, chega aí
Meu camarada, fala aí
Meu camarada, chega aí
Meu camarada, fala aí

Num sábado tão lindo
Na praça lá do bairro
Chegou um carro estranho
Ouvimos um disparo
Alguém gritou: É tiro!
Foi uma correria
Pisaram em crianças e
dessa vez, ainda, foi só
alarme falso
Som de escapamento
É o pânico e o medo que
todos nós vivemos

Mas nada vai nos separar
Daquilo pelo qual lutamos nessa vida
Nada vai nos separar
Da paz que todos nós
sonhamos tanto tempo
Nada Vai nos separar
Daquilo pelo qual lutamos nessa vida
Nada vai nos separar

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