domingo, 22 de agosto de 2010

Programa Refrão

Refrão discute a música “Estação Derradeira”, de Chico Buarque

O Refrão desta semana discute a música "Estação Derradeira", de Chico Buarque. Composta em 1987, a música é um retrato das contradições da cidade do Rio de Janeiro. Quem participa do programa é a cantora Jô Alencar. A carreira dela começou a mais de duas décadas, no Ceará. Dona de uma voz suave, Jô Alencar fez turnês pela Europa na época que morou fora do Brasil. Suas interpretações sempre homenageiam grandes nomes da música popular brasileira. Entre eles, o compositor Chico Buarque, que é presença certa no repertório de Jô.

Na entrevista com a jornalista Noemia Colonna, Jô Alencar e os músicos Luiz Duarte (violão) e Doni Alcântara (violão) falam do problema que o Brasil enfrenta por ter tantas crianças em situação de risco. "Há muita falta de autoestima, falta de esperança. Seria preciso montar vários pontos de cultura no Brasil inteiro, todas as escolas públicas deveriam ter mais música, arte, teatro. É com cultura que você forma em alguém a autoestima", avalia Jô Alencar.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nas regiões mais pobres do Brasil, norte e nordeste, somente 40% das crianças terminam o ensino fundamental. A evasão escolar e a falta às aulas ocorrem por razões como violência e gravidez na adolescência. Cerca de 96% dos casos de violência física e 64% dos casos de abuso sexual contra crianças de até seis anos de idade são cometidos por familiares. Para o promotor de Infância e Juventude Anderson Pereira, o Poder Público deve investir em políticas públicas para melhorar a situação de crianças e adolescentes. "O lazer, a cultura, o esporte são formas de prender a criança, de trazer o adolescente para um âmbito onde ele vai ter educação, ele vai ter cultura, ele vai ter lazer e ele vai estar longe de uma convivência de rua. Infelizmente a gente não vê o Estado investindo nisso, como determina a Constituição Federal", afirma.


Confira a letra da canção:

Estação Derradeira
Chico Buarque

Rio de ladeiras
civilização encruzilhada
cada ribanceira é uma nação

à sua maneira
com ladrão
lavadeiras, honra, tradição

fronteiras, munição pesada

São Sebastião crivado
nublai minha visão
na noite da grande
fogueira desvairada

quero ver a Mangueira
derradeira estação
quero ouvir sua batucada, ai, ai

Rio do lado sem beira
cidadãos
inteiramente loucos
com carradas de razão

à sua maneira
de calção
com bandeiras sem explicação
carreiras de paixão danada

São Sebastião crivado
nublai minha visão
na noite da grande
fogueira desvairada

quero ver a Mangueira
serradeira estação
quero ouvir sua batucada, ai, ai

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