domingo, 27 de junho de 2010

Programa Refrão

Refrão recebe a cantora Manú Morais

No Refrão desta semana você vai conhecer mais sobre a cantora Manú Morais. Com jeito de menina e voz grave, ela tem gosto musical forte: Chico Buarque e Cartola, por exemplo. No programa desta semana ela canta a música "O mundo é um Moinho", que o mestre Cartola fez em homenagem à filha que optou pelo caminho da prostituição. Manú Morais reforça que apesar do carinho dos pais, "ninguém convence ninguém a nada, muito menos os pais - que têm que saber como se aproximar dos filhos." E reforça que ao final, "somos nós mesmos quem sofremos as consequências de nossas escolhas".

A cantora explica ainda que na letra, Cartola lembra com muito "jeitinho" sobre o preconceito vivido por aqueles que optam pela profissão do sexo, e fala também da falta de direitos trabalhistas desses profissionais. No Congresso há dois projetos de lei que buscam garantir direitos às prostitutas, como aposentadoria, por exemplo. Maria Lucia Leal, especialista em Direitos Humanos, que também participa do programa, lembra que a sociedade só vai respaldar a luta dos trabalhadores do sexo se ela reconhecer as prostitutas como "sujeito de direitos". "A sociedade precisa se conscientizar de que todo ser humano tem que ter seus direitos reconhecidos".

Dados da Policia Rodoviária Federal mostram que existem quase dois mil pontos de exploração sexual infantil a cada 26 km de rodovia no Brasil. Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os dois estados com mais pontos de prostituição. Na música "O mundo é um Moinho", Cartola consegue dizer verdades cruas sobre a prostituição, com muita sutileza.


Confira a letra da canção:

O Mundo é um Moinho
(Cartola)

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

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