domingo, 14 de fevereiro de 2010

Programa Refrão

Refrão entra no ritmo do carnaval com a marchinha Cachaça

"Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água, não!" Mesmo que você não seja um autêntico carnavalesco, certamente sabe que esses versos são o início de uma das marchinhas mais famosas do Brasil. Cachaça foi escrita em 1953, por Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato, e até hoje toma conta dos bailes e de blocos Brasil afora durante o Carnaval. A canção também é o tema do Refrão desta semana, que recebe Lúcia de Maria e Jaime Ernesto Dias, artistas conhecidos das noites de Brasília. De um jeito simples e descontraído, Jaime resume a importância dessas canções: "As marchinhas agregam gente, aglutinam pessoas. Você ouve uma vez, duas vezes, já sai cantando e nunca mais esquece".

Mas o Refrão vai além da face irônica e irreverente das marchinhas. Como Cachaça aborda o consumo de bebida alcoólica, os artistas convidados falam sobre a aplicação da Lei Seca, especialmente no carnaval. Um especialista em segurança no trânsito faz um alerta sobre a arriscada combinação álcool e direção nas estradas. Nesse sentido, os artistas reforçam o coro - sugerem às pessoas deixarem o carro na garagem e curtirem os blocos e bares perto de casa: "É até bom para conhecer melhor a própria cidade", ressalta Jaime Ernesto.

Os artistas também comentam o impacto da Lei Seca sobre o trabalho deles: "As pessoas que saiam todos os dias agora já não saem mais, ou procuram um bar mais perto de casa, para que elas possam voltar para casa a pé...", diz Lúcia de Maria. Para se ter uma ideia da mudança na rotina da categoria, Jaime Ernesto lembra que, no passado, muitos artistas da cidade, como a Lúcia de Maria, trabalhavam com carteira assinada. "Hoje em dia, isso não existe", argumenta Jaime. E Lúcia completa: "é até difícil a gente trabalhar em um lugar fixo atualmente".


Confira a letra da música:

CACHAÇA
Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro e Heber Lobato

Você pensa que cachaça é água
Cachaça não é água não
Cachaça vem do alambique
E água vem do ribeirão

Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor

Há, há, há, há!
Isto até acho graça
Só não quero que me falte
A danada da cachaça

Nenhum comentário:

Postagens populares